Dr. Bernardo Nogueira

ANESTESIA INALATÓRIA

A anestesia inalatória é responsável por muitas dúvidas e crenças erradas. Muitos tutores de pets que necessitam de anestesia para algum procedimento, solicitam a anestesia inalatória por achar que essa modalidade não possui risco, o que é um mito. Esse tipo de anestesia tem efeito colateral assim como uma anestesia injetável, tendo seus pontos positivos e negativos. A segurança no procedimento anestésico ocorrerá caso este seja acompanhado de um profissional qualificado, que irá monitorar o paciente e usar o protocolo anestésico mais indicado.

Praticamente toda anestesia inalatória será combinada com anestésicos gerais, analgésicos, sedativos e outros fármacos, sendo mais usado para a manutenção da anestesia. O paciente pode ser anestesiado por uma máscara usando o anestésico inalatória, o que não é muito indicado devido ao estresse causado ao paciente que não aceita a máscara, por precisar de uma dose alta de inalante, sendo um risco, e caso o paciente entre em apneia (parar de respirar espontaneamente) este não vai eliminar o anestésico e pode vir a ótbito. Sendo assim a maioria das anestesias são combinadas com um anestésico geral, que faz o paciente perder a consciência, seguido pela intubação orotraqueal e conectado a um aparelho de anestesia, onde se inicia a anestesia inalatória.

O anestésico inalatória causa efeitos colaterais como hipotensão, apneia, bradicardia, sendo indicado somente em pacientes que estejam sendo monitorados. Os pontos positivos desta forma de anestesia são que o fármaco não é metabolizado, sendo eliminado pela própria respiração, o que permite que o paciente acorde mais rapidamente após o término do procedimento cirúrgico, já o deixando fora de maior risco anestésico. O paciente anestesiado não possui reflexo de deglutição, ficando suscetível a bronco aspiração em casos de refluxo esofágico, o que não ocorre nos paciente entubados para anestesia inalatória, já que traqueia está obstruída pelo tudo.

O fato do paciente estar entubado em anestesias inalatórias também é favorável já que pacientes anestesiados podem para de respirar espontaneamente (apneia) e, nesses casos, o aparelho de anestesia permite que o profissional responsável pela anestesia ventile o paciente, respirando por ele. Nesses casos é usado o oxigênio a 100%, saturando o sangue do paciente de oxigênio, permitindo que este não fique hipoxêmico.

Nas anestesias, o médico veterinário especialista em anestesiologia veterinária irá acompanhar o paciente até sua plena consciência e reestabelecimento dos sinais vitais, liberando o paciente quando este estiver fora de risco anestésico. Em pacientes críticos, não é possível o reestabelecimento das funções fisiológicas normais em curto período de tempo, devido a situação clínica do paciente, podendo ser necessária a internação deste paciente em clínica especializada.

O médico veterinário optar por não fazer anestesia inalatória é perfeitamente compreensível, caso este julgue não favorável o método. Podendo substituí-lo por um bloqueio loco regional, sedação leve, anestesia geral injetável em infusão contínua, etc.
Para o procedimento anestésico ser seguro, é necessário um pré-operatório adequado, um profissional capacitado e de confiança com equipamentos adequados. Lembrando que mesmo com todo o cuidado, todo o procedimento anestésico possui risco, mesmo este sendo cada dia menor na medicina veterinária.